Publicado em: 08/09/2025 às 09h30
O Enem 2025 está chegando e os especialistas alertam: mais do que decorar fórmulas e datas, é preciso investir na leitura.
O hábito de ler aumenta a concentração, melhora a interpretação e ajuda em todas as áreas da prova. Nos dias 9 e 16 de novembro, os candidatos vão enfrentar 180 questões, cada uma acompanhada de textos que exigem atenção.
Até mesmo em Matemática, são 45 questões distribuídas em 16 páginas. Ler e interpretar bem os enunciados faz toda a diferença, como destaca o professor João Pedro Papalardo.
“Você vai pegar um texto curto, médio ou mais longo, lê, inferir quais daquelas informações presentes no texto são úteis e quais não são úteis para sua pergunta ser respondida, saber identificá-las, saber como elas vão se relacionar. Isso tudo tem que ser feito no máximo na terceira leitura”.
Segundo Papalardo, essa exigência pode ser muito cansativa para quem não tem o hábito de ler:
“Os candidatos de hoje leem pouco, leem menos, estão acostumados a assistir vídeos curtos na internet e, por isso, o tempo de atenção, o tempo de foco desse candidato, é muito curto. Vai ter dificuldade para fazer a leitura crítica das questões, vai sentir muito cansaço durante a prova, vai parar em vários momentos para recuperar a concentração”.
A leitura também fortalece a redação, como explica Hugo de Almeida, diretor de um colégio particular em Niterói, no estado do Rio de Janeiro:
“A prova do Enem de redação é uma prova de intervenção, é uma prova crítica. Então, você tem que dar uma solução para a problemática. E, para você dar uma solução, você precisa compreender muito bem aquele assunto. Então, quanto mais notícias, mais informações, com certeza mais argumentos e repertório você tem, não só para bancar a tua opinião, como dar uma proposta de intervenção”.
A estudante Tainara Gomes Lima, do 3º ano do Ensino Médio, sabe disso porque já fez o Enem duas vezes só para treinar.
“Quando se trata de uma redação para o Enem, na minha opinião, a gente tem que ter um grande leque. Então, a gente tem que saber sobre o que tá acontecendo na atualidade do mundo, a gente tem que saber sobre as notícias, a gente tem que saber sobre filmes documentários. Então, às vezes, a gente vê um filme que trata sobre racismo, que a gente vê uma visão diferente”.
Para Rodrigo Pavan, coordenador de um colégio particular em Brasília, disciplinas como História exigem não só leitura, mas também compreensão de contextos e impactos sociais.
“2023 e 2024, as questões sobre o Brasil Colônia exigiram ler o impacto da escravidão africana, em textos que misturaram até história econômica e cultural. A ligação, acho, fica mais fácil quando você tem a prática da leitura. E sem ela, o aluno vai ter mais dificuldade. Ele não vai captar as nuances, como, por exemplo, o papel da igreja na colonização ou até as resistências dos povos originários. Só é possível por meio de uma leitura ativa e reflexiva”.
A dica final é simples: leia. Assim, você ganha agilidade, amplia o conhecimento e melhora a capacidade de interpretar e argumentar.