Publicado em: 15/11/2025 às 7h50
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Um relatório do Ministério da Saúde do Brasil e da Organização Mundial da Saúde, divulgado nesta sexta-feira (14), durante a COP 30, em Belém, aponta que o aumento das temperaturas e o colapso de sistemas de saúde estão custando cada vez mais vidas.

O documento revela que a crise climática já está causando uma emergência global de saúde, com mais de 540 mil mortes causadas pelo calor extremo a cada ano. Além disso, um em cada 12 hospitais no mundo corre risco de paralisação por questões relacionadas ao clima.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os recursos disponíveis atualmente são insuficientes para a adaptação dos sistemas de saúde.
“Esse relatório traz uma informação muito importante, que apenas entre 6% e 7% dos 22 bilhões de dólares que são investidos para o enfrentamento da mudança climática no mundo, apenas entre 6% e 7% apenas é investido na adaptação dos sistemas de saúde. Então o que essa COP30 também reforça, no Plano de Ação Belém, é que se aumente o investimento internacional para a adaptação dos sistemas de saúde”.
No mesmo sentido, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, destacou que o aumento dos investimentos poderia salvar mais de dois milhões de pessoas por ano. E convidou os países a aderirem à iniciativa.
“As provas científicas, são um diagnóstico que nos mostra quanto terrível são as mudanças climáticas para a saúde. E todas essas milhares de vidas que nós perdemos todos os anos, devido ao diagnóstico, as ondas de calor e o aquecimento global. Então, todo diagnóstico tem a sua prescrição médica, a sua receita médica, e a receita médica é o Plano de Ação de Belém. Poderíamos salvar aproximadamente 2 milhões de vidas a cada ano”.
Plano de Ação em Saúde de Belém
O relatório dá sequência ao lançamento do Plano de Ação em Saúde de Belém, iniciativa do Ministério da Saúde do Brasil apresentada na última quinta-feira na COP. Esse é o primeiro plano internacional de adaptação climática dedicado exclusivamente à saúde, um marco da Conferência do Clima em Belém, e que já conta com adesão de mais de 80 países e instituições.
Tedros Adhanom reforçou a importância das nações aderirem à proposta.
“Junto com nossos parceiros e parceiras, precisamos interessar e apoiar o Plano de Ação de Belém para salvar essas vidas. Esse é um momento que nós estamos gastando mais do que 1 trilhão de dólares subsidiando combustíveis fósseis. Então, a cada dólar que nós investimos em benefícios de saúde, nós estamos salvando vidas.”
Durante o evento, também foi anunciado um investimento de US$ 300 milhões da Coalizão de Financiadores de Clima e Saúde, destinado a ações integradas que enfrentem tanto as causas das mudanças climáticas quanto seus impactos na saúde pública.
