Publicado em: 17/11/2025 às 8h15
SÃO LUÍS – Rodoviários do Expresso Marina entraram em greve nesta segunda-feira (17) em razão de atraso salarial. Com isso, duas empresas do transporte público da Grande São Luís estão paralisadas: a Marina e a 1001.
Presidente do Sindicato confirma atraso no pagamento de rodoviários
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Marcelo Brito, em entrevista à Mirante News FM, os trabalhadores da Expresso Marina foram chamados para assinar a folha de pagamento, mas não receberam o salário.
Veja as linhas de ônibus afetadas
O Expresso Marina opera com as seguintes linhas de ônibus: Vila Cascavel, Mato Grosso, Tajipuru, Tajaçuaba, Vila Vitória, Cajupary/Nova Vida, Vila Aparecida, Cidade Olímpica, Santa Clara, Socorrão Rodoviária, São Raimundo/Bandeira Tribuzzi, Uema Ipase, Janaína Riod, Cidade Operária/São Francisco, José Reinaldo Tavares, Maiobinha, Tropical/Santos Dumont, Tropical/São Francisco.
Cerca de 15 bairros são afetados com a greve na 1001, que foi iniciada na última sexta-feira (14). Veja quais:
1. Ribeira
2. Viola Kiola
3. Vila Itamar
4. Tibiri
5. Cohatrac
6. Parque Jair
7. Parque Vitória
8. Alto do Turu
9. Vila Lobão
10. Vila Isabel Cafeteira
11. Vila Esperança
12. Pedra Caída
13. Recanto Verde
14. Forquilha
15. Ipem Turu
Cerca de 270 ônibus a menos cirulando em São Luís por conta de greve
A garagem da empresa fica localizada na Maiobinha. O expresso opera com 60 a 70 ônibus que atendem a região da Cidade Operária, Cidade Olímpica, Jardim Tropical e Vila Janaína.
Além disso, a paralisação da empresa 1001 continua nesta segunda (17), mantendo mais de 200 ônibus dentro das garagens. A frota atende cerca de 15 bairros de São Luís e São José de Ribamar.
Com duas empresas paradas, milhares de passageiros enfrentam longas esperas e menos opções de transporte durante esta manhã de segunda-feira.
Impasse entre SET e Prefeitura por repasse de R$ 7 milhões
Em meio à paralisação, motivada por atrasos de salários e falta de pagamento de benefícios aos trabalhadores, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) afirmou, em nota, que a Prefeitura de São Luís não realizou o repasse de cerca de R$ 7 milhões em subsídio desde o início de novembro e que o sistema depende desse recurso para pagar os salários dos rodoviários.
O repasse do subsídio às empresas, segundo o prefeito Eduardo Braide (PSD), será condicionado ao retorno de 100% da frota de ônibus às ruas.
A frota operante na capital está fixada em 80% desde fevereiro deste ano, quando a última greve dos rodoviários foi encerrada por decisão liminar da desembargadora federal do Trabalho Márcia Andrea Farias da Silva, do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-16).
O SET alega que a Prefeitura vem descumprindo essa decisão da justiça ao condicionar o repasse ao retorno de 100% da frota.
O Sindicato das Empresas afirma que opera sob essa liminar porque não houve discussão sobre a Convenção Coletiva de Trabalho de 2024 desde a publicação da decisão, que também fixou reajuste de 7% nos salários e de 10% no auxílio-alimentação. Os demais termos seguem o acordo firmado em 2024.
Interlocutores do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema) confirmam o impasse e a vigência da liminar.
Essas informações constam no ofício que discute a Convenção Trabalhista de 2026, encaminhado pelo SET à Prefeitura em 7 de novembro. A entidade classifica o cenário atual como de “insegurança jurídica, social e econômica” e afirma que o Município se recusa a firmar um acordo.
“A expressa recusa do Município de São Luís quanto a acordo, conforme registram diversas atas de audiências/mediações, perpetuou o conflito coletivo e retirou a possibilidade de se haver Convenção Coletiva de Trabalho neste ano, prejudicando frontalmente direitos e garantias de empregados e empregadores”, diz o documento.
Em nota, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) afirma que as questões trabalhistas são de responsabilidade do Sindicato das Empresas de Transportes (SET).
“A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informa que as questões trabalhistas são de competência do Sindicato das Empresas de Transportes (SET). Dessa forma, a SMTT aguarda que as empresas consorciadas e o Sindicato dos Rodoviários cheguem a um entendimento, a fim de garantir a continuidade dos serviços à população”, diz em nota.
Segundo o SET, a paralisação parcial registrada nos últimos dias pode se expandir para todo o sistema de transporte público caso a situação não seja regularizada com urgência. A possibilidade de ampliação também foi mencionada pelo Sindicato dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema).
“Assim como a 1001, outras empresas que atuam no transporte público de São Luís estão em situação semelhante e, caso não se regularizem junto aos trabalhadores, também correm o risco de ter as atividades paralisadas nos próximos dias”, afirmam os rodoviários, em nota.
O que diz a MOB
A Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) disse que o subsídio estadual destinado às empresas está sendo pago normalmente. Leia:
“A Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) esclarece que não possui competência legal sobre as relações trabalhistas entre as empresas concessionárias e seus funcionários.
Nesse âmbito, a MOB atua como órgão gestor do sistema de transporte semiurbano, responsável pela regulação e fiscalização da prestação do serviço, mas não pela gestão interna das empresas.
Quanto ao subsídio estadual destinado às empresas operadoras do sistema semiurbano, a Agência informa que está sendo pago normalmente, dentro dos prazos estabelecidos”.
O que diz o Sindicato das Empresas de Transporte (SET)
Por sua vez, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) disse que permanece à disposição para diálogo e busca de soluções. Leia a nota:
“O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) informa que a crise no sistema de transporte público da capital vem se agravando progressivamente. O principal motivo é a falta de repasse dos subsídios por parte da Prefeitura Municipal de São Luís, no valor de aproximadamente R$ 7 milhões, que não foram pagos desde o início do mês. O sistema depende desses repasses para pagar os salários, o que foi, inclusive, determinado, desde 2022, pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A Prefeitura de São Luís também vem descumprindo decisão judicial da Vara de Interesses Difusos.
Essa situação compromete diretamente a operação das empresas e, caso não haja a regularização urgentemente dos repasses, existe o risco de que a paralisação já iniciada se estenda a todo o sistema de transporte público.
O SET reforça que permanece à disposição para diálogo e busca de soluções que garantam a continuidade do serviço de transporte público, essencial à população”.
Imirante.com
