Publicado em: 29/10/2025 às 8h10
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O Brasil pode criar sete milhões de empregos verdes até 2030 e 15 milhões até 2050, com a transição para uma economia de baixo carbono. É o que revela um estudo da organização da sociedade civil de interesse público, Agenda Pública, em parceria com a Fundação Grupo Volkswagen, que realiza e apoia ações sociais e educacionais. 

A pesquisa analisa os impactos da descarbonização e da transformação digital no mercado de trabalho, e aponta medidas para ampliar a mobilidade social a partir da inclusão produtiva.
Algumas dessas iniciativas envolvem a modernização das políticas locais de desenvolvimento econômico. Energias renováveis, economia circular, bioeconomia e mobilidade com baixas emissões são algumas das áreas apontadas como potenciais para geração de empregos sustentáveis.
O diretor-geral da Fundação Grupo Volkswagen, Vitor Hugo Neia, cita outras práticas que podem contribuir para uma transição justa e mais resiliente nos territórios.
“Investir em qualificação profissional e em políticas públicas estruturantes, tanto do nível estadual, federal e municipal, a fim de que esse movimento seja uma oportunidade e não contribua para acentuar as já elevadas desigualdades sociais brasileiras. Transição justa só vai ser justa de fato se vier com inclusão produtiva, mobilidade social, sem deixar ninguém pra trás.”
Para comparar realidades tão distintas, a pesquisa desenvolveu dois conjuntos de evidências: Vulnerabilidade Socioeconômica e Capacidade Adaptativa. O índice classifica os municípios em perfis como resiliente, emergente, em atenção e crítico, indicando onde é preciso agir primeiro.
A medida da capacidade de transição observa aspectos como o capital humano, que considera a densidade de profissionais com ensino médio, superior e o volume de matrículas em cursos técnicos. E a capacidade fiscal, identificada pela receita própria per capita dos municípios.
O estudo apurou que cada região possui desafios e potencialidades próprias, o que exige estratégias personalizadas de transição, e cita etre as recomendações a necessidade de se fazer uma governança participativa.
Outra demanda urgente apontada pela pesquisa, é a necessidade de políticas específicas para jovens em situação de vulnerabilidade. Dados da publicação mostram que 42% dos jovens negros entre 18 e 24 anos estão fora da escola ou do ensino superior, enquanto entre jovens brancos essa taxa é de 22%.
Rádio Agência
