Foguete explode segundos após primeiro lançamento comercial em Alcântara

Publicado em: 23/12/2025 às 08h10

Foguete explodiu menos de um minuto após decolagem em Alcântara.

O foguete HANBIT-Nano, da empresa sul-coreana Innospace, explodiu na noite desta segunda-feira (22), às 22h13, cerca de 50 segundos após decolar do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, no primeiro lançamento comercial realizado a partir do Brasil. O lançamento pôde ser visto a olho nu em Alcântara e em São Luís.

Durante a transmissão do lançamento, foi exibida uma mensagem em inglês, onde a equipe responsável relatou uma anomalia, ainda não identificada, durante o voo do foguete, que não era tripulado. A Força Aérea Brasileira (FAB) emitiu nota onde confirmou a anomalia e disse que o caso está sendo apurado pelas equipes técnicas da Innospace.

Foguete foi lançado e explodiu poucos segundos depois

O vídeo da transmissão, realizado pela Innospace, acompanhou o lançamento e a trajetória do foguete HANBIT-Nano por pouco mais de um minuto, com câmeras localizadas nos estágios do foguete, que chegou até a Mach 1 – que é quando a velocidade de um objeto espacial ultrapassa a velocidade do som.

Em seguida, o HANBIT-Nano seguiu em direção até a órbita da Terra, chegando a MAX Q, que é quando um objeto espacial alcança a maior intensidade da força aerodinâmica até chegar a atmosfera. Logo em seguida, a transmissão foi cortada.

Foguete levava satélites e dispositivos

O foguete levava ao espaço cinco satélites e três dispositivos voltados para pesquisas científicas em diversas áreas. Os experimentos foram desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia. A operação, batizada de Spaceward, mobilizou 27 profissionais, responsáveis por acompanhar diferentes sistemas do foguete.

O veículo espacial – que tinha 21,8 metros de comprimento, 1,4 metros de diâmetro, e 20 toneladas – levava satélites para a órbita baixa da Terra (LEO), a uma altitude de aproximadamente 300 km e inclinação de 40 graus.

Base de Alcântara é considerada privilegiada

Construído na década de 1980, o Centro de Lançamento de Alcântara é considerado um dos locais mais estratégicos do mundo para lançamentos espaciais. A proximidade com a Linha do Equador permite que os foguetes consumam menos combustível para atingir a órbita, reduzindo custos e aumentando a eficiência da operação.

Além disso, a região possui baixa densidade de tráfego aéreo, ampla área costeira e oferece um grande leque de inclinações orbitais, fatores que tornam a base altamente atrativa para o mercado internacional.

Foguete simboliza nova fase do Programa Espacial Brasileiro

A Operação Spaceward simbolizou o início de uma nova etapa para o Programa Espacial Brasileiro. A abertura da base para lançamentos comerciais foi possível após a assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) entre Brasil e Estados Unidos, em 2019.

O acordo permitiu que dispositivos com tecnologia norte-americana fossem lançados a partir de Alcântara, viabilizando a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais.

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), a missão representa um avanço técnico e estratégico, além de abrir espaço para novos investimentos e parcerias internacionais.

Confira a nota da FAB:

A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, nesta segunda-feira (22/12), no contexto da Operação Spaceward, o foguete HANBIT-Nano, da empresa sul-coreana Innospace, foi lançado às 22h13 (horário de Brasília) a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA). 

Na ocasião, após a saída da plataforma, o veículo iniciou sua trajetória vertical conforme previsto. No entanto, houve uma anomalia no veículo que o fez colidir com o solo.

Uma equipe da FAB e do Corpo de Bombeiros do CLA já foi enviada ao local para análise dos destroços e da área de colisão. Todas as ações sob responsabilidade da FAB para coordenação da operação, que envolvem segurança, rastreio e coleta de dados foram cumpridas exatamente conforme planejado, garantindo um lançamento controlado e dentro dos parâmetros internacionais do setor espacial.   

As equipes técnicas da Innospace seguem atuando na análise dos dados e na apuração das causas do ocorrido, em conjunto com a FAB e com os demais órgãos e instituições envolvidos na operação.

Demais informações serão divulgadas oportunamente, à medida que as avaliações avancem.

 

Imirante.com

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