Mais de 30 pessoas são presas suspeitas de envolvimento em ataques violentos na Grande Ilha

Publicado em: 25/10/2025 as 8h05

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA). (Foto: divulgação)

Desde o início da semana, 35 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques violentos registrados em cidades da Grande Ilha de São Luís. Só nas últimas 24 horas, foram realizadas 17 prisões, entre investigados e condenados por crimes.

Os dados são de um balanço da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), obtido na noite dessa sexta-feira (24).

A Polícia Civil investiga a relação dos suspeitos com a série de ataques que provocou uma onda de insegurança na região. Ao todo, sete pessoas morreram e dez ficaram feridas. Leia a nota na íntegra:

“A Secretaria de Estado da Segurança Pública reitera que reforçou as ações de policiamento na Grande Ilha com o objetivo de prevenir e reprimir ações criminosas. Resultados parciais dessas ações, nesta semana, 35 investigados ou condenados por crimes foram presos na região, sendo 17 prisões realizadas nas últimas 24 horas. As operações também resultaram na condução de suspeitos às delegacias, na apreensão de mais de 20 armas de fogo e entorpecentes, além da recuperação de veículos roubados e furtados. As forças policiais trabalham para prender outros autores de crimes, dentre os quais o que vitimou Eduardo Lemos Martins. Um dos envolvidos já foi identificado.”

Durante as operações realizadas ao longo da semana, foram apreendidas mais de 20 armas de fogo, drogas e veículos roubados ou furtados. Segundo o secretário de Segurança Pública, Maurício Martins, os crimes têm relação com a disputa territorial entre facções criminosas que atuam na Grande Ilha.

Os ataques ocorreram em São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, os quatro municípios que compõem a região metropolitana.

Por conta da violência, escolas, universidades públicas e particulares suspenderam as aulas na quinta (23) e sexta-feira (24). As atividades devem ser retomadas na segunda-feira (28), após o feriado do Dia do Servidor Público.

Veja um resumo do que se sabe até agora sobre os casos:

Primeiros registros:

Motivações:

Bairros e cidades afetados:

  • Os ataques ocorreram em diversos pontos da Grande Ilha. Em São Luís, houve registros nos bairros Cidade Operária, Cidade Olímpica, Tibiri, Bairro de Fátima, Liberdade, Vila Magril, Monte Castelo, Vinhais, Vila Janaína, Residencial Maria Aragão, Vila Vitória e Vila Palmeira.
  • Casos também foram confirmados em São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

Consequências na rotina:

  • A violência impactou o funcionamento de escolas e universidades, que suspenderam as atividades por segurança. Mais de 20 escolas estaduais e municipais não abriram as portas na quinta (23) e sexta-feira (24).
  • As universidades Uema, UFMA e IFMA também suspenderam as aulas e reduziram o atendimento administrativo.

O que dizem as autoridades:

  • O secretário Maurício Martins afirmou que as forças de segurança permanecem nas ruas e que o Serviço de Inteligência trabalha na identificação dos responsáveis.
  • Segundo ele, não há registros de ataques dentro ou nas proximidades de escolas e universidades, e as equipes seguem atuando para restabelecer a normalidade.
  • Martins também voltou a criticar o sistema judicial brasileiro, afirmando que a legislação atual é frágil no combate às facções criminosas, o que facilita a soltura de integrantes dessas organizações.

Leia também: 

Jovem morre em ataque a tiros na Cidade Operária; um dos feridos faz aniversário hoje

Escolas suspendem aulas na Cidade Operária após assassinato de jovem e aumento da violência

Uema mantém aulas, mas diz que estudantes poderão ter faltas abonadas

Comandante-geral da PMMA detalha medidas contra a violência na Grande São Luís

O Comandante-Geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel Wallace Amorim, concedeu entrevista ao JMTV 1, da TV Mirante, no início da tarde desta quinta-feira (23), onde falou sobre as ações de combate à criminalidade na Grande Ilha de São Luís, que registrou tentativas de homicídios, confrontos entre facções, disparos de arma de fogo e ações criminosas em diferentes bairros nas últimas horas, preocupando a população e provocando a suspensão de atividades em instituições de ensino. O coronel Wallace destacou a ação da Operação Impacto, que está nas ruas há dois meses com policiamento reforçado para prevenir crimes, e ressaltou que a Polícia Militar está preparada para combater as facções.

Casos de criminalidade se intensificam em São Luís. (Foto: reprodução)

“A Operação Impacto está em toda a Grande Ilha de São Luís, com grandes resultados. Só no último final de semana, foram mais de 18 pessoas presas, 48 conduzidos, mais de 20 armas de fogo e drogas apreendidas. Houve essa situação na área leste de São Luís, onde já estávamos com a Operação Impacto. Como na Cidade Operária teve essa questão escolar, nós reforçamos com o Batalhão Escolar. Todas as escolas, seja do município, do estado ou particular, estão sendo visitadas por nossos policiais, que estão conversando com gestores, diretores e professores. Podem ficar tranquilos, que a Polícia Militar garante a segurança. Não iremos abrir a entrada para faccionados ou quem quiser se passar por faccionado. Quem entrar na frente da Polícia Militar e da sociedade, nós iremos combater de forma firme e eficaz”, destaca o Comandante-Geral.

População de São Luís pode colaborar no combate à onda de violência

Além de revelar as providências da Polícia Militar para combater a criminalidade na Grande Ilha de São Luís, o coronel Wallace Amorim também ressalta que a população pode colaborar com informações sobre crimes, ameaças e ocorrências por meio dos canais oficiais de denúncia.

“As informações que nós temos são oficiais, do 190. Se a pessoa estiver se sentindo insegura ou tiver uma informação, ligue para o 190, mande todas as informações que nós iremos enviar uma guarnição para averiguar. Se quiser, pode ligar para o 181, que é o Disque Denúncia. Nos dois números, a pessoa não será identificada, não precisa se preocupar”, diz o coronel.

Polícia Militar está procurando líderes de organizações criminosas em São Luís, diz Comandante-Geral

O coronel Wallace Amorim disse ainda que existe um trabalho em conjunto entre as forças de segurança para identificar e capturar líderes de organizações criminosas que sejam responsáveis pelas ocorrências recentes que aterrorizaram a população da Grande Ilha de São Luís.

“No CIOPS (Centro Integrado de Operações de Segurança), existem algumas ocorrências de disparo de arma de fogo. Em alguns casos, a gente foi ao local, tinha um disparo ou outro, mas não tinha tiroteio. Estamos com a equipe de inteligência da SSP (Secretaria de Segurança Pública), PM e Polícia Civil, já levantando mandados de prisão e de busca e apreensão para pegar os cabeças e quem estiver à frente dessas ocorrências”, afirma o Comandante-Geral.

Crescimento do número de assassinatos na Grande Ilha de São Luís

Na entrevista, o coronel Wallace Amorim também explicou sobre a questão do crescimento do número de assassinatos na Grande Ilha de São Luís, que já ultrapassou os 250 casos em 2025, superando dados de 2024 e 2023, restando ainda dois meses para o fim do ano. O Comandante-Geral da Polícia Militar afirma que os embates entre grupos criminosos resultaram em um maior número de óbitos e destacou a ação da corporação contra as facções.

“Quando a gente fala em escalada da violência, a gente tem que qualificar esse tipo de crime, mesmo os assassinatos. Temos que ver o tipo de vítima. Estavam tendo muitos embates entre essas gangues rivais, esses embates geralmente ocorrem quando a Polícia Militar sai de uma área para cobrir outra. Quando teve tiroteio recentemente no Retiro Natal, todos os cinco elementos envolvidos foram presos e apresentados”, explica o coronel.

Nenhuma escola foi atacada em São Luís nos últimos dias, diz coronel

Em relação às escolas, o coronel Wallace Amorim destacou que nenhuma instituição de ensino foi atacada pelos criminosos na Grande Ilha de São Luís nos últimos dias e falou sobre as ações da Polícia Militar para garantir segurança aos alunos, professores e gestores.

“Em primeiro lugar, ainda não teve uma ocorrência registrada oficialmente em escola. Estamos com força total, são mais de 140 homens só na região da Cidade Operária e circunvizinhanças, temos mais de 40 viaturas circulando, apoio do Grupo Tático Aéreo, da Polícia Civil. Toda a Ronda Escolar está sendo deslocada para aquela área”, diz o Comandante-Geral.

Comandante-Geral da PM pede cuidado com vídeos e informações

Por fim, o coronel Wallace Amorim fez um alerta à população para que tenha cuidado ao compartilhar vídeos, áudios e informações sem verificação, pois esse tipo de ação pode aumentar a sensação de insegurança da população da Grande Ilha de São Luís e propagar a fragilidade da segurança pública, facilitando a ação dos grupos criminosos. O Comandante-Geral voltou a destacar que a Polícia Militar está atenta e pronta para combater a criminalidade.

“Outro dia, chegaram três viaturas da Ronda Escolar para conversar com uma diretoria. Filmaram e disseram que era uma ocorrência, mas era só o coronel Chagas chegando à instituição de ensino e acompanhando uma equipe para conversar. Tem que ter bastante cuidado quando for divulgar esses vídeos, é isso que os criminosos querem, essa fragilidade do sistema, mas nós não somos frágeis e iremos para cima deles, como já estamos combatendo há muito tempo”, afirma o coronel da PM.

Onda de violência na Grande Ilha

Nas últimas horas, São Luís registrou tentativas de homicídios, disparos de arma de fogo e ações criminosas em diferentes bairros. Os episódios geraram preocupação entre a comunidade escolar e acadêmica, especialmente em unidades localizadas em áreas mais movimentadas da capital.

Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) intensificou o policiamento com a criação de uma força-tarefa, que está atuando em pontos estratégicos próximos a escolas e instituições de ensino.

IFMA suspende aulas na Grande Ilha de São Luís

Instituto Federal do Maranhão (IFMA). (Foto: divulgação)
Instituto Federal do Maranhão (IFMA). (Foto: divulgação)

O Instituto Federal do Maranhão (IFMA) anunciou, nesta quinta-feira (24), a suspensão das aulas em suas cinco unidades localizadas em São Luís, em resposta à onda de violência registrada nas últimas 24 horas na Grande Ilha. A medida atinge os campi Monte Castelo, Maracanã, Centro Histórico, São José de Ribamar e também a Reitoria da instituição.

De acordo com a direção do IFMA, a decisão tem caráter preventivo e visa garantir a segurança e o bem-estar de estudantes, professores e servidores. As atividades acadêmicas e administrativas devem ser retomadas no próximo sábado (25).

UFMA também suspende atividades em São Luís

Universidade Federal do Maranhão (UFMA) também anunciou, nesta quinta-feira (24), a suspensão das atividades acadêmicas no campus de São Luís, por causa do clima de insegurança na capital.

Em nota, a instituição informou que acompanha “em constante monitoramento a situação de insegurança vivenciada em pontos da cidade” e que a decisão tem como objetivo preservar a integridade da comunidade universitária.

As atividades administrativas da UFMA ocorrerão em horário especial, das 8h às 14h, e o retorno das atividades acadêmicas está previsto para a próxima terça-feira (28), após o ponto facultativo do Dia do Servidor Público.

UEMA suspende aulas em São Luís

A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) decidiu suspender as aulas noturnas desta quinta-feira (23) e todas as atividades acadêmicas na sexta-feira (24), devido ao clima de insegurança registrado em alguns bairros da capital. As atividades administrativas serão mantidas em horário contínuo, das 8h às 14h, segundo nota divulgada pela instituição.

A medida foi tomada após reunião com entidades estudantis e ocorre em caráter excepcional, conforme informou a Uema, com o objetivo de garantir a segurança e o bem-estar da comunidade acadêmica.

Apesar da suspensão das aulas, o patrulhamento no Campus Paulo VI, no bairro Tirirical, e as ações de segurança da Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA) e da Polícia Militar do Maranhão (PMMA) continuam reforçadas nas áreas consideradas mais sensíveis da cidade.

A Uema reafirmou, em nota, o compromisso com a normalidade das atividades institucionais e destacou que segue acompanhando a situação em conjunto com os órgãos de segurança.

Seduc mantém aulas na rede estadual

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou, em nota, que não houve incidentes dentro de escolas estaduais e, portanto, as aulas seguem normalmente. Segundo a pasta, equipes de monitoramento estão acompanhando as ocorrências e não há, neste momento, recomendação para suspensão de atividades.

A Seduc também reforçou que o governo mantém ações integradas de proteção à comunidade escolar, com foco na segurança de estudantes, profissionais e familiares, além de oferecer apoio socioemocional e acompanhamento intersetorial para casos de vulnerabilidade.

Semana de violência

Os primeiros casos foram registrados no domingo (19) em São Luís, São José de Ribamar e Paço do Lumiar. Naquele dia, três pessoas morreram baleadas e outras três ficaram feridas.

O episódio mais grave ocorreu no bairro Cidade Operária, onde um ataque a tiros deixou um jovem morto e cinco feridos. As vítimas estavam em frente a um estabelecimento quando criminosos chegaram em um carro e abriram fogo.

Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, foi atingido no tórax e morreu após ser socorrido. Os suspeitos fugiram em direção à Cidade Olímpica. Segundo a Polícia Civil, um dos envolvidos já foi identificado.

Quatro das cinco vítimas feridas foram levadas por meios próprios ao Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II), antes da chegada da Polícia Militar.

Moradores pedem mais segurança

Em São Luís, onde se concentram a maioria dos casos, os crimes foram registrados em mais de 10 bairros, entre eles Cidade Olímpica, Cidade Operária, Tibiri, Bairro de Fátima, Liberdade, Monte Castelo, Vinhais, Vila Janaína e Vila Vitória.

A região da Cidade Operária e adjacências foi uma das mais afetadas. Na sexta-feira (24), moradores do Jardim América realizaram um protesto pedindo mais segurança e justiça pela morte de Eduardo Lemos Martins.

No mesmo dia, representantes da comunidade se reuniram com o secretário de Segurança, Maurício Martins, e integrantes da Polícia Civil, Militar e do Centro Tático Aéreo (CTA). Durante o encontro, as forças de segurança prometeram reforçar o policiamento em pontos estratégicos.

As vítimas

Desde domingo (19), sete pessoas morreram em meio à onda de violência na Grande Ilha. As vítimas foram:

São José de Ribamar: Mateus Ribeiro Costa, 27 anos, executado a tiros no domingo (19).

São Luís (Tibiri): homem de 26 anos, não identificado, morto a tiros no domingo (19).

São Luís (Rua 17): Taivisson Amaro, 18 anos, morto em um ataque que também deixou três feridos.

São Luís: Lucas Felipe Vianna Azevedo, 26 anos, morto a tiros na segunda-feira (20).

São Luís: adolescente de 17 anos, morto a tiros na segunda-feira (20).

São Luís: Eduardo Lemos Martins, 19 anos, morto na terça-feira (21).

São Luís: Janilson Pereira Ramos, 43 anos, assassinado ao retornar para o albergue onde cumpria pena, na quarta-feira (23).

O que dizem as autoridades

O secretário de Segurança, Maurício Martins, afirmou que o sistema de segurança pública “não vai se intimidar com nenhum tipo de desordem” e que as polícias Militar e Civil estão atuando nas ruas e investigando os crimes.

Martins destacou que não houve registro de ataques em escolas ou universidades, nem nas proximidades dessas instituições.

Durante entrevista à TV Mirante, o secretário também criticou a legislação penal brasileira, que, segundo ele, dificulta o enfrentamento às organizações criminosas. Ele afirmou que criminosos são libertados rapidamente e que as leis atuais “protegem mais os bandidos do que os cidadãos”.

 

Imirante.com

Share

Pin It

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *