PF vai investigar possíveis fraudes de atravessadores no Seguro-Defeso

Publicado em: 04/09/2025 às 8h20

Maceió (AL) 18/12/2023 – Um pescador é visto pescando na lagoa. A pesca na região foi probida após rompimento da mina n°18 da mineradora Baskem na lagoa de Mundaú.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Governo Federal pediu à Polícia Federal que investigue fraudes no pagamento do Seguro-Defeso do Pescador Artesanal.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (3) pelos ministérios da Pesca e Aquicultura, do Trabalho e Emprego e pela CGU, a Controladoria-Geral União.

O seguro-defeso é um benefício pago pelo Governo Federal, no valor de um salário-mínimo mensal, ao pescador artesanal durante o período de defeso de determinadas espécies.

Ou seja, o período em que a pesca fica proibida para proteger a reprodução dos animais.

Segundo a CGU e o Ministério da Pesca, atravessadores estariam coagindo pescadores a repassar parte do benefício e, também, orientando pessoas sem direito a receberem o auxílio de forma irregular.

De acordo com o governo, essas primeiras informações já foram encaminhadas à PF.

As pastas também anunciaram novas medidas de controle para acessar o Seguro-Defeso.

A partir de agora, o pescador terá que apresentar notas fiscais de venda de pescado e comprovantes de contribuição previdenciária.

Relatórios mensais que comprovem a atividade como pescador artesanal também serão exigidos.

Segundo o ministro da CGU, Vinicius Marques Carvalho, as medidas são para tornar o benefício mais efetivo para o país e evitar fraudes.

“É uma decisão que decorre de uma orientação do presidente Lula, que é uma orientação de que a gente não abrir espaço, dentro de um orçamento, com todas as limitações que nós conhecemos, pra ter desvios e situações em que, infelizmente, pessoas que não têm direito ao benefício, possam usufruir deles, em detrimento, muitas vezes, de pessoas que devem ter direito e que às vezes não conseguem acessar, por contam inclusive, desse tipo de situação de desvio”.

O registro biométrico obrigatório na CIN, Carteira de Identidade Nacional, também terá de ser feito.

E haverá o acompanhamento do local da atividade de pesca por meio da coleta de dados geolocalizados dos pescadores.

De acordo com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, as medidas são para proteger quem precisa do benefício, que é um patrimônio desses pescadores.

“Eu acho que já enfatizei muito a importância que esse programa tem. Ele é um patrimônio dos nossos pescadores artesanais. E é exatamente por isso, diante dessa importância estratégica para o país, que nos queremos reafirmar aqui a nossa prioridade em reafirmar aqui a nossa prioridade em preservar e aprimorar essa política”.

Entre as novas regras, estão ainda a confirmação do endereço de residência do pescador, além da verificação da compatibilidade entre o município de residência e os territórios abrangidos pelo defeso.

Todas as novas medidas serão executadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Segundo dados do Ministério da Pesca, entre 2018 e 2023, o Seguro-Defeso foi ampliado, chegando a cobrir 87% dos pescadores do país. Mas, entre 2024 e 2025, esse percentual caiu para 61%.

De acordo com a pasta, isso reflete o maior controle do governo na concessão do benefício.

*Com reportagem de Oussama El Ghaouri

Rádio Agência

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